segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Nota: Sociedade judaico-cristã, lei e justiça social

Na verdade o cristianismo e seu conceito de justiça são derivados de uma interiorização dos significados transmitidos pela lei mosaica. Muita coisa que acontecia na época de Jesus já era uma deturpação rigorosa e fria da lei mosaica, e a aplicação desta justiça já não era a divina, mas a injusta e humana como na conhecida história da mulher samaritana.

Cristãos que justificam com as punição pelas próprias mãos já estão em desacordo com a interpretação da lei que Jesus trouxe. Para os cristãos a sociedade gera sim seus próprios valores, o que não quer dizer que cristãos não possam viver os seus ou tentar influenciá-la, já que são parte da sociedade e tem todo direito a isso. Mas tentar impor uma moral cristã a uma sociedade laica é errado, pois está nivelando a moral, e consequentemente a justiça, com o que é pecado ou não. E pecado é uma condição pessoal, não social, ainda que suas consequências possam ser sociais.

Enfim, a justiça é gerada pela sociedade diante dos direitos e da preservação das propriedades e fornecimento de oportunidades a todos. A aplicação deve ser executada pelo representante da sociedade, o estado. O garoto do poste não estava aplicando justiça se virmos pelo aspecto de que causou injustiça a quem ele roubou. A sociedade gera justiça. A sociedade cobra.

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